No ambiente corporativo actual, as empresas estão submersas num mar de dados caóticos de todos os tipos, muitos dos quais são desperdiçados e em terra de ninguém. São poucas as empresas que sabem como tirar o máximo partido de todos os seus dados. No mundo ideal haveria uma convergência entre diferentes fontes de dados. E se as empresas se esforçassem por fazer essas ligações entre diferentes fontes de informação internas e externas? O conceito que dá o seu nome a esta nova cultura empresarial é a cultura orientada pelos dados. Uma cultura empresarial orientada pelos dados leva a uma melhor compreensão do seu negócio, a uma melhor tomada de decisões e a maiores benefícios económicos. Esta é a definição comum de Data Driven.
Um estudo da Google em parceria com a BCG consulting descobriu que as empresas que adoptam este modelo estão a aumentar a sua base de clientes, o ROI e a vantagem competitiva. A poupança de custos pode atingir os 30% e o crescimento das receitas será de cerca de 20%.
Um negócio baseado neste conceito pode ligar dados previamente armazenados em silo. Ao cruzar informação de múltiplos canais, pode conhecer melhor os seus clientes, compreender as suas interacções e necessidades específicas, acrescentar outras fontes de informação, gerando assim maior valor para os consumidores, e também gerar previsões de resultados futuros, antecipando tendências ou reagindo melhor às acções dos concorrentes. Apesar de ser uma enorme oportunidade, a investigação da BCG e do Google mostra que apenas 2% das empresas se encontram numa fase avançada na utilização de dados. Por outras palavras, existe um enorme potencial a ser conquistado. Para o fazer, é necessário compreender, analisar e interpretar os dados, informações e conhecimentos que gera.
O primeiro passo para implementar uma cultura Data Driven é saber como os dados são organizados e qual é o negócio da empresa. Para além de ser um passo básico na estruturação de qualquer projecto, esta abordagem irá lançar as bases para a escolha do software que tenha o melhor desempenho e a melhor relação custo-benefício. Os dados devem ser consolidados num local que seja acessível a todos. Por outras palavras, um CFO ou gestor de vendas não pode ter uma folha de cálculo de resultados ou vendas armazenadas apenas no seu computador. Uma cultura orientada pelos dados requer colaboração e integração em todos os departamentos. É também essencial ter uma política de segurança e integridade. Quando o website é redesenhado ou quando é criado um projecto, os sistemas de recolha de dados devem ser actualizados para reflectir a nova direcção.
Se o primeiro passo é ter os dados agregados, o segundo passo é ter especialistas a analisar as várias áreas de uma empresa e a consolidar a informação. É preciso explorar os dados, transformá-los, encontrar correlações e interpretá-los. Mas isso não é tudo...
O pessoal interno deve estar consciente e empenhado na importância estratégica da Data Driven (Aptidão de Dados). Para isso, é necessário ter uma língua consistente, ou seja, pessoas que falem a mesma língua. É também importante esclarecer que o BI não se trata apenas de números e estatísticas, mas de ter um foco na compreensão do contexto do negócio. Tudo isto para reduzir a fricção natural de uma implementação de BI, uma vez que as pessoas tendem a ser resistentes à mudança.
A formação e educação são a chave para os empregados utilizarem e tomarem decisões baseadas principalmente nestas práticas. Todas as pessoas relevantes devem saber como utilizar o software de BI para serem autónomas e não criar estrangulamentos no departamento de TI. Será mesmo necessário contratar ou identificar empregados talentosos capazes de interpretar dados e transformá-los em informação valiosa.
O uso intensivo da tecnologia é essencial para a implementação de uma cultura orientada para os dados. Não é possível para um ser humano recolher, processar e correlacionar milhares de bytes de informação. De acordo com um estudo da IDC e Seagate, quase 55% dos dados do mundo foram criados nos últimos três anos. Os dados globais totalizavam 15 zettabytes em 2015, atingindo 33 ZB em 2018 e provavelmente, 175 ZB em 2025.
Mas o BI não é apenas um programa de criação de painéis de bordo, com gráficos e dashboards interactivos, é uma ferramenta fundamental para a tomada de decisões estratégicas. É importante que os empregados conheçam todos os pormenores deste software. Como se compara aos seus concorrentes, qual é a sua posição no mercado, qual o fornecedor mais apropriado para a realidade da empresa. Idealmente, deverá ter um parceiro que o ajude na integração com os seus sistemas de gestão. Planearão um projecto com prazos e marcos e avaliarão os riscos, fornecendo a experiência para apontar soluções que possam não lhe ter ocorrido.
O objectivo central de toda a cultura Data Driven é a optimização dos processos. O investimento numa filosofia orientada pelos dados irá mudar as rotinas e práticas, bem como detectar falhas e ineficiências. Ao utilizar técnicas analíticas preditivas, a empresa passará da luta com a concorrência actual para a antecipação dos movimentos de mercado (ou pelo menos estar preparada quando surgirem novas tendências).
Encoraje os seus empregados a fazer perguntas sobre os dados que a empresa já possui. Ser curioso é um dos grandes pilares da cultura Data Driven. E quando a informação não for positiva, reconhecer os esforços daqueles que detectaram o problema. Esta é a única forma de investigar quais poderão ser as soluções possíveis. É importante que os empregados saibam que podem dar notícias a um gestor mesmo quando estas não são boas.
A transformação digital está a tornar o mundo empresarial mais rápido e mais eficiente. Não estamos a falar do lançamento de um novo telemóvel de última geração, mas das metodologias utilizadas para o gerir. A parte do negócio que os consumidores não vêem, mas que apoia uma melhor tomada de decisões e, no final, gera valor para os clientes e parceiros.
Na Keyrus, ajudamos os nossos clientes a realizar análises aprofundadas dos seus dados. Tentamos tornar o complexo simples, em cada parte da viagem. Desde a recolha de dados em grande escala até à escolha da melhor ferramenta para visualizar a informação, mostrando os KPIs mais relevantes para o negócio.
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